André Eduardo Amaral Ribeiro, cirurgião-dentista em São Paulo.
Três doenças dolorosas mais comuns poderão surgir em seus filhos até doze anos: herpes bucal, aftas, candidíase. As doenças se aplicam aos adultos igualmente. As informações servem também para os pais sobre algumas patologias bucais.
Herpes[1]
O herpes é causado pelo vírus chamado Herpes simplex. Normalmente, presente em setenta porcento da população adulta mundial. Mesmo com o vírus escondido no corpo, ele pode ficar em silêncio por anos, sem atacar a criança ou adulto, pois é muito comum e prevalente. Não é motivo de preocupação para os pais. As pessoas pegaram o vírus de outra pessoa, por beber em um copo de um restaurante seria um exemplo. De qualquer modo,talvez ele nunca se manifeste.
A infecção viral pode aparecer antes dos seis anos. Não é sinônimo de sujeira ou má-higiene bucal. A origem é súbita, com pequenas bolhas, duas ou três – a mucosa bucal se avermelha, com mal-estar demonstrado pelo mau humor da criança, dor e importante: a queixa de não querer se alimentar. Alimentos ácidos podem ser intoleráveis para crianças no episódio do herpes. As bolhas se rompem e deixam pequenas úlceras – machucados – de cerca de três milímetros nos lábios, língua, mucosa da bochecha, palato (céu da boca) e amígdalas. Essas úlceras podem ser maiores. Úlcera é o rompimento da continuidade do tecido da superfície da boca. Algumas crianças maiores nos explicam como uma sensação de queimadura. O vírus em si não causa nenhuma queimadura. A febre baixa pode seguir a irritabilidade, por isso um antitérmico como o paracetamol pode ser necessário.
Um cuidado importante é orientar a criança a não colocar ou coçar as bolhas e depois coçar os olhos, pois poderemos causar uma conjuntivite ocular, muito mais perigoso nos olhos e que pode deixar sequelas no corpo. O diagnóstico é clínico com o histórico da doença, vez que existem exames para detectar os anticorpos do vírus dos herpes, porém desnecessários na maioria das vezes. É possível acertar qual é a doença que está atacando seu filho apenas por examiná-lo – dentista ou pediatra são capazes de afirmar e tratar a doença. Existem alguns exames laboratoriais para confirmar a presença do vírus: (1) para detectar anticorpos produzidos pelo sistema imunológico para combater a infecção. É um exame de sangue; (2) o Teste de Tzanck: feito através de uma raspagem das lesões para avaliar o tecido no microscópio e detectar células específicas presentes quando há infecção pelo herpes. Em pessoas saudáveis, existem grandes probabilidade de que o anticorpo contra o HSV1 seja notado, sem significado importante. Em pacientes com outras infecções, os testes podem ser necessários.
A duração da infecção por este vírus incomoda de dez a quatorze dias. Por outro lado, não significa que a criança sofrerá por todos estes dias. Normalmente, três a cinco dias são sensíveis e depois, as úlceras se cicatrizam, embora ao vírus esteja presente e possa ser espalhado por meio da mão suja, colocada no olho ou partes do corpo. Enquanto a criança estiver com dificuldades, os alimentos da dieta devem ser macios, não ácidos, mornos, para não machucam a mucosa em cicatrização. Muitas bolhas causam mais dor e mais irritação na criança e uma única bolha também é provável.
Dois tipos de medicamentos podem ser úteis: analgésicos – paracetamol, dipirona e ibuprofeno. É necessário calcular a dose de acordo com o peso da criança. Por isso, os pais devem saber o peso de seus filhos. Outro medicamento, mais específico é um antiviral, que nunca deve ser tomado sem prescrição. O aciclovir (Zovirax) é esse medicamento em forma de comprimidos, elixir e creme. Existem outros antivirais mais caros – Penciclovir, Fanciclovir e Valacicovir – que são raros em crianças até os seis anos ou adolescentes. Talvez acima dos sete anos faça mais sentido. Existe até uma apresentação injetável, usadas para pacientes no hospital em razão de outra doença.
No Brasil, a suspensão oral HPMix (laboratório Aché) é a mais usada, muito em razão do preço mais baixo. É um líquido espesso, concentrado em 40 mg/ml. A tomada deve ser dividida em cinco medidas por dia, normalmente até 5 ml do dosador. Isso é bastante chato, mas recomendo dar uma medida a cada três horas durante o dia, e abolir a dose noturna. A criança não precisa ser acordada para tomar o remédio. O tratamento exige as cinco doses diárias, por cinco a dez dias. Então, é bastante chato e com baixa adesão por indisciplina dos pais ou da criança doente.
Não ofereça nenhum tipo de anestésico ou enxaguante bucal em seu filho. O anestésico com lidocaína pode ser rapidamente absorvido pelo corpo e atingir um nível alto no sangue de seu filho. Já o enxaguante bucal pode ter álcool e causará mais dor.
Após o ataque inicial, o vírus fica escondido no corpo, normalmente nos muitos gânglios nervosos. Pode aparecer no futuro, pelo resto da vida e o tratamento costuma ser o novamente com o aciclovir. O primeiro ataque é chamado de primário, os ataques futuros são conhecidos por recidivas. Os estudos apontaram uma prevalência maior em pessoas com estresse emocional, com outras doenças em curso ou por algum machucado na boca, que pode desencadear uma nova infecção pelo herpes. Muitas pessoas associam queimaduras no lábio pela luz solar – a mucosa do vermelhão do lábio se fragiliza e algumas bolhas e úlceras surgem apenas no lábio pela ativação do herpes. Esse tipo labial pode ser tratado com a creme de aciclovir aplicada sobre as feridas, sem necessidade de se tomar o aciclovir por deglutição. Outras crianças percebem que o ataque pelo herpes coincide em eventos como provas na escola, nos quais deixam a criança ansiosa. E nos mais velhos, comuns em fases de vestibular.
A criança deve beber bastante líquido, ter sua temperatura corporal aferida por termômetro. Se a criança for para a escola, orientar cuidado e lavar as mãos frequentemente, para não espalhar para outras partes do corpo: os olhos – que podem desenvolver uma conjuntivite por herpes. Copos, talheres e toalhas não devem ser compartilhados com pais, irmãos e coleguinhas na escola. O ibuprofeno geralmente é suficiente para o conforto da criança, três vezes diárias com gotas proporcionais ao peso da criança. Crianças que chupam os dedos podem formar um machucado na pelo, em destaque para o polegar.
Aftas [2]
Outra doença dolorosa para as crianças e bastante conhecida pelos adultos é a afta bucal, ou no meio científico: úlceras aftosas recidivantes (UAR). Pelas estatísticas, é a doença mais comum na boca até os dezenove anos[3]. Pequenas crateras, com margens elevadas, avermelhadas e dolorosas – às vezes unitárias ou múltiplas.
O mais estranho é que a Ciência ainda não certeza sobre a origem das aftas: talvez genética, condições bucais específicas que possam facilitar o surgimento das aftas e possíveis alergias. Não parecem se originar de causas relacionadas a vírus e bactérias. Outra hipótese são produtos presentes nos cremes dentais ou certos alimentos – normalmente afirmadas por adultos. Existem estudos sobre o potencial que a canela pode desencadear processos de estomatite alérgica – estomatite é o nome científico para se referir a inflamações na boca.
O tratamento deve promover a cicatrização da úlcera, reduzir o tempo na boca, cicatrizar, reduzir a dor, para permitir a alimentação normal do paciente em sofrimento.
O tratamento da afta é mais simples do que o do herpes: creme com corticoides ou bochechos podem ajudar. No Brasil, o mais comum é o Mud-Oral (triancinolona acetonida) é um corticosteroide que atua no alívio temporário de sintomas associados a machucados e aftas na boca. Segundo o fabricante: orabase atua como um veículo adesivo para aplicar a medicação ativa aos tecidos orais. Porém, o defeito de não ficar muito aderido ao local da afta e muitos pacientes não gostam. Existem dois outros corticoides em apresentação líquida de dexametasona (Decadron elixir) e betametasona (Celestone em xarope). Meia medida ou cinco mililitros são suficientes para uso colutório (bochecho) por um ou dois minutos, mantendo o líquido com contato com a úlcera. Normalmente, depois de muitas crises de afta, a pessoa já consegue se decidir por qual remédio prefere e sente eficaz – alguns usam somente um medicamento que lhes caiu melhor. Pessoalmente, gosto de bochechos com betametasona líquida, por dois minutos para deixar o líquido em contato com a lesão.
A afta não é contagiosa como o herpes, ela fica no lugar dela nos incomodando sem sair da boca, portanto, bem menos perigosa.
Candidíase
É uma infecção por um fungo chamado Candida albicans. O nome científico é monilíase. Não é perigosa em crianças saudáveis nem é transmissível da criança para outras. O fungo já existe na nossa boca, ele é natural, ele praticamente ataca quando a resistência tecidual está reduzida. Fungos sempre se reproduzem em locais úmidos e quentes – exatamente as condições da boca humana. Portanto, um fungo habitante bucal com o qual conseguimos viver se brigar.
Dois tipos de candidíase: (1) a branca, mais comum em bebês. Alguns flocos brancos podem ser vistos na boca do bebê ou criança. O paladar fica alterado, de modo que as crianças não sabem descrever o que sentem. O ideal é perguntar para crianças maiores se sentem um gosto ruim ou gosto metálico. (2) A outra forma de candidíase é a vermelha, mais ardida, mais incômoda, chamada de candidíase eritematosa. O tratamento é praticamente o mesmo da branca e da vermelha, nos casos de crianças saudáveis. Crianças com doenças sistêmicas precisam de avaliação.
Outros nomes da candidíase: sapinho, boqueira. Existe uma modalidade mais irritante, que os adultos reclamam – a queilite angular – a comissura (cantos) da boca fica rachado, dolorido e não cicatriza nunca. Pois geralmente é o fungo ali, escondido entre as rachaduras. Os hidratantes e protetores labiais ajudam, mas o tempo de cicatrização é longo. Mais comum no inverno, relacionado com a pele seca. Os hidratantes labiais não matam o fungo. Para tanto existem dezenas de antifúngicos: a nistatina é a mais barata e mais comum no Brasil. Ela acaba com o fungo e, portanto, a cicatrização é mais rápida com a eliminação do fungo.
A nistatina é um líquido espesso que usado como colutório (bochecho) e pode ser engolido. É um remédio que não é quase absorvido pelo trato gastrointestinal, ele passa ileso e sai nas fezes. Portanto, é bastante seguro. A nistatina não apresenta atividade contra bactérias, protozoários ou vírus. Pacientes mais idosos que usam dentaduras conflitam por longos períodos contra esse fungo, que se deposita em dentaduras mal higienizadas. No Brasil, a forma mais comum e de menor custo é a nistatina suspensão oral 100.000 U/I. Deve ser usada como um bochecho de um ou dois minutos (intrabucal) e pode ser aplicado com um cotonete nos cantos machucados da boca. Para se bochechar e deglutir para uma criança de seis anos, dois mililitros – medidos na tampa dosadora – podem permitir um bochecho com gosto de damasco por até cinco minutos, sem quaisquer problemas.
A candidíase pode aparecer na garganta e no esôfago, então a suspensão oral pode ajudar bastante com a deglutição. Por outro lado, um antifúngico oral, em cápsula, pode ser obrigatório, normalmente cápsulas de fluconazol. O fungo também é comum nas cavidades vaginal e anal, convivendo sem nos atacar.
Traumas por escovação e por mordidas
Morder a língua ou escovação muito forte podem machucar e sangrar. Isso é comum, se a criança estiver muito incomodada, pode-se aplicar o mesmo tratamento que a afta. Existe muita semelhança nos sintomas da afta e do traumatismo. O tratamento pode ser feito com a pomada orabase (triancinolona) ou com bochechos de dexametasona ou betametasona. Esses dois líquidos não devem ser deglutidos na maioria dos casos. Se o dentista ou pediatra indicarem. Para o dentista o uso do líquido em contato com a lesão é a regra.
Os erros dos pais
Era a parte ao qual queria chegar.
A prática de remédios caseiros pode ser nociva, pois já vimos queimaduras, alergias, machucados graves por misturas irracionais de produtos como: vinagre, água oxigenada, água sanitária diluída, bicarbonato de sódio, dipirona, chás incomuns, lidocaína e enxaguantes bucais. Às vezes, as misturas se compõem de todos esses produtos.
O vinagre é basicamente um ácido, seu pH baixíssimo: entre 2,2 e 2,5. Tudo que é ácido é nocivo para o esmalte dos dentes e para as mucosas. Bochechos nos quais as pessoas mantêm o medicamento por minutos na boca não tem nenhuma comprovação científica como eficazes para qualquer lesão bucal. Podem piorar aftas, herpes e candidíase. Além de retardarem a cicatrização por queimaduras.
Água oxigenada é péssima, pois sua decomposição gera calor e pode agravar as aftas, bolhas de herpes e não são eficazes contra a candidíase. A água oxigenada é um potencial agente mutagênico e tóxico para as células. Algumas situações ela pode ser prescrita pelo dentista para o tratamento adjuvante à gengivite ulceronecrosante. É uma doença restrita a pessoas com outras doenças, como a infecção por HIV e a tuberculose. Essa forma de gengivite é muito dolorosa, exige combinação de antibióticos por períodos longos. Felizmente, é rara em bebês, crianças e adolescentes saudáveis.
Os hipocloritos presentes na água sanitária são os mais nocivos. Idosos costumam limpar suas dentaduras com esse produto. No entanto, hipoclorito corrói as partes metálicas dos grampos da prótese. Outros adultos fazem bochechos com hipocloritos, geralmente para tentar resolver o mau hálito. Nunca deve ser deglutida, por causar queimaduras na língua, bochechas, lábios e esofago. Por outra visão, o hipoclorito é bastante usado pelo dentista. Algumas pessoas comentam como cheiro de piscina quando estão em tratamento de canais dentários, ou tratamento endodôntico. Usamos esse produto, mas ele é purificado, com água destilada e usamos concentrações baixas ou muito altas, em 0,5% e 5,25%. O hipoclorito do dentista deve lavar somente o interior da câmara pulpar, com vinte mililitros, por meio de uma seringa com uma agulha especial, muito final, que não permite o contato com outras mucosas bucais. Além de usarmos aquela proteção desconfortável – o isolamento absoluto.
O bicarbonato sódico é outro erro ou também qualquer tipo de fermento alimentar. Ele não serve para clarear os dentes com o simples contato com o esmalte dentário. Existe uma escala de dureza que classifica o diamante como o material mais resistente, seguido do esmalte dentário. Portanto, usar bicarbonato não vai branquear um tecido tão duro. Para tratar aftas ele até causa uma sensação de alívio, mas queimará o local e a cicatrização será prolongada, acima da média. Uma mistura de vinagre com bicarbonato é usada por muitos idosos, o que multiplica os problemas de reações adversas.
Muitos adultos costumam pingar dipirona num dente com cárie ou com dor. Isso é totalmente errado. A dipirona é um analgésico, o que é bem diferente de um anestésico. O uso correto da dipirona líquida é degluti-la. Ela dá uma falsa sensação de melhorar o dente doloroso. Já o anestésico verdadeiro é a lidocaína. Existem produtos piratas, sem licença da Anvisa e que circulam em algumas farmácias. Porém um algodão embebido em lidocaína pode até ajudar no alívio da dor. A lidocaína é rapidamente absorvida e pode causar convulsões. A forma que os dentistas usam para a lidocaína é a anestesia injetável, com as técnicas que bloqueiam os nervos corretamente e se tornam úteis para o tratamento dental.
Quanto aos chás, não há nenhuma prova científica que funcionem. Desde que não queimem a boca dos seus filhos, podem ser usados. O chá preto e o chá de maçã contêm flúor em pequenas quantidades. Não temos o costume de tomar chá no Brasil, coisa que vi ser comum com crianças no Reino Unido.
Existem tantos enxaguantes bucais que nós dentistas admitimos que não conhecemos todos eles. A maioria contém flúor, mas contém álcool também. O álcool não ajuda na cicatrização de feridas na boca.
Um produto usado indiscriminadamente é a clorexidina 0,12 %. É um remédio. Cansei de ver crianças usando Periogard, Ortho Gard por vontade dos pais. A clorexidina pode ser entendia como um antibiótico, que não se deve deglutir. Ela é adjuvante nos tratamentos de gengivas e existe uma disciplina na graduação em Odontologia chamada Periodontia.
Outro que os pais oferecem é o Listerine, uma boa mistura de produtos. Eu pessoalmente não prescrevo esse medicamento. Não vejo nenhuma utilidade, apenas deixar a boca com um gosto agradável. Ele não é indicado para o mal hálito. A propaganda é muito forte e as pessoas compram quando na verdade estão desperdiçando seu dinheiro. O mais grave é o uso contínuo, sem trazer qualquer benefício. Propaganda enganosa portanto. Adultos costumam usar o Listerine antitártaro, que não reduz tártaro nenhum. No site do fabricante leremos: Também faz diferença tomar água filtrada ou mineral, sendo possível encontrar pequenas quantidades de flúor com o consumo de alguns alimentos, como espinafre, cenoura, aspargo, a maior parte dos frutos do mar, chá e alimentos preparados em água fluoretada, ou utilizando uma pasta de dente ou enxaguatório com flúor, como LISTERINE® Cuidado Total e LISTERINE® Defesa dos dentes e gengivas. A frase não tem qualquer sentido para mim, dentista.
As fórmulas do Listerine que contêm álcool não ajudam a tratar nenhuma lesão bucal. Já as versões sem álcool são meros produtos para causar uma sensação boa na boca. Podem desidratar as mucosas. Outra frase sem sentido no site do fabricante do Listerine: Se a placa não é removida todos os dias, com escovação delicada, uso de fio dental e bochechos com o enxaguatório bucal antisséptico LISTERINE®, ela pode endurecer e se transformar em tártaro. Posso dizer é uma grande mentira e uma analogia sem lógica. Costumo falar para meus pacientes que o Listerine faz o mesmo efeito do Halls – frescor na boca.
São Paulo, 13 de setembro de 2025
(assinatura digital)
[1] AVERY, McDONALD, Odontopediatria para crianças e adolescentes, tradução da nona edição, 2011, São Paulo, p.365.
[2] AVERY, McDONALD, Odontopediatria para crianças e adolescentes, tradução da nona edição, 2011, São Paulo, p.365.
[3] AVERY, McDONALD, Odontopediatria para crianças e adolescentes, tradução da nona edição, 2011, São Paulo, p.368.
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